as pequenas coisas que me fazem sentir grande

a vida não se compadece dos sentimentos nem das emoções. os dias que se sucedem uns atrás dos outros não esperam para que possamos, por dois ou três segundos, parar para poder sentir. não há tempo nem quase espaço para nos deixarmos aquecer pelas pequenas coisas que tornam grande a nossa vida.

é por isso que dou graças, a Deus e a quem tornou isto possível, pelos dias e noites em que me vou fazendo mãe. o primeiro sorriso da Mariana? recebi-o, num segredo de madrugada, quando o cansaço quase anulava a felicidade que quase temia sentir. a primeira palavra – “mamã” – , ouvi-a da boca dela. e a segunda – “papá”, também.

estive lá da primeira vez que se sentou. da primeira vez que brincou no banho. da primeira vez que comeu sozinha. da primeira vez que gatinhou. e, os primeiros passos que deu – sem apoio e sem ajuda – deu-os em direcção a mim.

ser mãe é um privilégio. uma vida dentro da vida. uma coisa cheia de pequenas coisas.

sou feliz :)

sentimentos

“Não devemos deixar de demonstrar os nossos Sentimentos Hoje…porque amanhã pode ser tarde demais…”

li esta frase num fórum que sigo há mais de cinco anos, e no qual não tenho participado por falta de disponibilidade (não tenho tempo. ponto. continuo a participar via msn ou facebook, mas não tenho tempo para ler os tópicos com a atenção que eles merecem). um fórum que é uma autêntica comunidade, onde as pessoas são acolhidas, bem tratadas, apoiadas, e onde – se a vida assim o deixar – passam a acolher, a bem tratar, a apoiar.

não sei em que curva da estrada a humanidade decidiu que os sentimentos eram exposição, que manifestar o que vai na alma é sinal de fragilidade. contextualizaram excessivamente expressões como “amo-te”, frases simples como “gosto de ti”. e passou-se a enviar abraços em vez de beijos, e a acenar em vez de distribuir abraços.

isto custa. custa-me. e é por isso que admiro (e imito) as crianças quando dizem “gosto de ti”, quer seja a amigos quer a pais e mães, quer a coisas ou criaturas pequenas ou grandes.

porque naquele “gosto de ti” conseguem incluir o afecto, a ternura, o carinho que se experimenta pelas criaturas por quem sentem empatia. porque gostar nem sempre é amar. porque, às vezes, gostar é apenas isso.